Essa é a história de um homem que não queria nada além de um lugar no mundo onde pudesse ficar sozinho praticando suas magias. Egoísta, egocêntrico, convencido, arrogante e facilmente irritável. Hoje ele está onde está não por causa do destino, mas por causa de um dragão intrometido. Esse dragão, no entanto, não está nem aí para esse homem, ele apenas o usa para seus objetivos egoístas de dragão.
O nome desse homem é Rhonin Redhair, sua vida está em grande parte nas mãos de outras pessoas… e ele não está nada feliz com isso!

O Início
Tudo Começa Na Segunda Guerra

Tudo começou durante a Segunda Guerra, quando o alto concelho de magos de Kirin Tor, também chamado de os Seis, foram chamados para uma reunião acerca de uma ressurgência de forças da Horda em Grim Batol. Apesar da Horda ter sido derrotada e um grande número de orcs terem sido presos em campos de concentração, alguns sobraram e eles deveriam ter um fim. Não só porque eles eram brutais, mas principalmente porque os dragões vermelhos estavam trabalhando com eles.
Essa não era uma aliança de boa vontade, os orcs do Clã Dragonmaw tinham em suas mãos um dispositivo super poderoso, tão monstruoso que poderia controlar qualquer dragão que escolhessem – um dispositivo chamado Demon Soul. Zuluhed the Whacked, um dos poucos orcs xamãs que sobraram em Azeroth, deu a Demon Soul para Nekros durante a Segunda Guerra. Zuluhed não conseguia usar o dispositivo, mas Nekros sim e rapidamente usou ele para escravizar Alexstrasza, a Dragoa Aspecto da Vida.
De qualquer forma, a reunião não foi feita por causa da dragoa que havia se tornado uma escrava, mas porque alguns magos haviam vistos sinais, eventos e ataques próximos à Khaz Modan que apontavam para o retorno de Deathwing. Isso era no mínimo perturbador, já que o Kirin Tor supostamente havia matado o antigo Aspecto da Terra há apenas alguns meses. Apesar de alguns magos nessa reunião estarem preocupados com o possível retorno de Deathwing, os outros estavam muito mais preocupados com assuntos mais urgentes… assuntos políticos.
Alterac estava sem um líder e a Aliança estava sobre intensa disputa política para saber com quem ficariam as terras. Essa disputa ameaçava dividir a Aliança ao meio e isso não parecia certo para a Kirin Tor. Quanto aos estranhos eventos acontecendo perto de Khaz Modan, ficou decidido que um mago iria ser enviado para observar a situação e relatar se houvesse algum problema. O sexto mago do concelho sugeriu que o mago a ser enviado fosse Rhonin.

A História Negra De Rhonin

Mas os magos do concelho não estavam tão certos de que isso era uma boa idéia. Rhonin não era muito querido pela Kirin Tor. Na verdade, no início dessa história, Rhonin provavelmente estava sendo testado porque ele matou cinco outros magos de Kirin Tor. Kirin Tor nem mesmo sabia o que fazer com Rhonin – alguns achavam que ele era um criminoso, outros achavam que ele tinha uma instabilidade mental, mas quase todos achavam que ele era um homem em que não se podia confiar.
E realmente não era. Na missão que Rhonin matou os magos, ele foi enviado para destruir algumas forças da Horda que haviam restado – um grupo de orcs warlocks. Rhonin havia pedido, quase insistido, para ir sozinho, mas Kirin Tor nunca iria permitir isso. Quando Rhonin usou uma magia de detonação para acabar com todos aqueles orcs, os outros magos da Kirin Tor acabaram sendo pegos. Enquanto parte de Rhonin se sentia terrível pelo que havia acontecido, uma outra parte dele mal notou o que aconteceu e se vangloriava por ter provado seu ponto de que ele trabalhava melhor sozinho.
Ele era um criminoso? Não. Ele não matou os magos a sangue frio, e se eles tivessem ficado fora do caminho, eles não estariam mortos. Instável? Talvez um pouco, afinal a solução que ele teve para dar um jeito no problema orc foi a de explodir todos eles. Confiável? Não muito. Rhonin serve aos seus próprios objetivos e de ninguém mais. Sua vontade de trabalhar sozinho não era pela preocupação com os outros magos, mas sim porque ele queria toda a honra, toda a glória, todo prestígio e toda a reputação que essas grandes tarefas lhe trariam. E ele queria toda ela só para ele.

A Tarefa De Rhonin

Nada heróico não é mesmo? Mesmo assim, o alto concelho dos Seis finalmente adotaram a sugestão do último mago, mas não porque eles achavam que Rhonin iria virar um herói, muito pelo contrário, porque eles perceberam que pelo menos eles acabariam se livrando desse mago problemático. O que eles não perceberam é que na verdade eles estavam o incentivando, mas dado a confusão na política em Lordaeron, eles não estavam prestando muita atenção nisso.
O sexto mago deu a notícia pessoalmente à Rhonin: que ele seria enviado à Khaz Modan, para dentro das profundezas de Grim Batol. Mas não para vigiar coisas e relatar se acontecesse algo se a situação piorasse, mas para observar e ver os passos que seriam necessários para libertar a Dragoa Rainha, Alexstrasza.
Sim, você não está ficando doido. A missão inicial era pra investigar e vigiar Khaz Modan, mas o sexto mago a transformou em buscar um meio de liberar Alexstrasza. O alto concelho dos Seis não sabia disso, apenas o sexto mago, o mesmo que sugeriu a ida de Rhonin. Isso porque o sexto mago não era um mago, na verdade não era nem mesmo um humano, ele era Krasus, ou melhor, Korialstrasz, cônjuge de Alexstrasza.
Krasus estava usando a Kirin Tor para satisfazer suas próprias necessidades e ele viu em Rhonin, não só um poderoso mago, porque sim, Rhonin é muito poderoso, mas um homem que poderia ser facilmente manipulado por Krasus. Dê elogios suficientes a um homem, dê a ele um trabalho importante e ele automaticamente aceitará qualquer desafio. Se Alexstrasza fosse libertada como resultado, então Krasus teria o que queria a volta de sua amada rainha. Se Rhonin não cumprisse a tarefa, então Krasus poderia simplesmente encontrar outro mago e tentar novamente.
O interessante é que enquanto Krasus estava ocupado manipulando Rhonin em completar seu plano, Deathwing – que não estava morto, como suposto pelos magos do alto concelho – estava fazendo praticamente a mesma coisa. Ele havia se disfarçado como o Lorde Daval Prestor e estava alegremente controlando os altos calões de Lordaeron com seus dedos. De fato, a maior parte da confusão com a qual o concelho dos Seis estava preocupado, era um resultado direto da interferência de Deathwing.
Então qual a diferença entre Deathwing e Krasus? Nada além de intenção. Enquanto Deathwing planejava roubar os ovos de Alexstrasza e usá-los em seu próprio dragonflight, Krasus queria libertar Alexstrasza de sua prisão. Apesar das intenções de Krasus serem boas, seus métodos era tão desviado quanto os de Deathwing. E enquanto Krasus estava ocupado descobrindo a verdadeira identidade de Deathwing, Deathwing estava ocupado descobrindo a conspiração de Krasus.

A Companhia De Rhonin

Rhonin, enquanto isso estava satisfeito em ter sido enviado em uma missão de tal importância, completamente por fora do fato de que a Kirin Tor achava que sua missão não era nada além de uma pesquisa. Na verdade, ele achava que essa missão era um sinal da piedade de Kirin Tor e ele esperava poder recompensá-los. O fato de ele ter matado sem querer outros magos preocupava ele mais do que ele poderia dizer ou admitir para alguém, ele viu na missão de Krasus não só a chance de se redimir perante os olhos da Kirin Tor, mas também perante a sua consciência.
Mas ele não estava sozinho em sua missão. A primeira parte de sua jornada requeria uma visita à Hasic, uma pequena cidade portuária de onde sairia o navio que o levaria à Khaz Modan. Para chegar a Hasic, ele teve uma escolta para protegê-lo, uma ranger elfa chamada Vereesa Windrunner. Vereesa não estava muito feliz com essa tarefa, mas como uma das poucas elfas superiores que restaram na Aliança, ela estava disposta a cumprir a missão e levar Rhonin onde quer que ele tenha que ir.
Não é nem preciso dizer que Rhonin e Vereesa não se deram bem de início. Ele a via como uma distração, uma companhia desnecessária. Ela o via como um mago arrogante e pomposo. Para piorar a situação, ainda havia a intromissão dos paladinos da Silver Hand e dos anões de Aerie Peak. Enquanto Rhonin não queria nada além de mandá-los embora e prosseguir sozinho, Vereesa tomou uma tática diferente, a de conquistar os corações deles a fim de conseguir sua ajuda.
Talvez essa tenha sido a primeira vez que Rhonin percebeu que talvez fosse melhor pedir ajuda com palavras doces do que gritar ordens e assumir que todos iriam fazer o que ele dizia. Essa também deve ter sido a primeira vez que Rhonin sentiu uma ponta de afeição por aquela elfa irritante. Apesar da teimosia e arrogância dela, sua manipulação era inteligente e conseguiu colocar ele exatamente onde ele queria.

O Fim Da Tarefa

Os dragões do mundo estavam longe de terminar de mexer com a vida de Rhonin. O próximo grande dragão com que ele falou nem mesmo fez esforço para se disfarçar. Deathwing sequestrou o mago e ofereceu sua ajuda para libertar Alexstrasza. Mas Rhonin não confiou nem um pouco em Deathwing, mas o tamanho do poder do Aspecto acabou ofuscando qualquer coisa que Rhonin poderia esperar fazer e então ele concordou.
Com o tempo, Krasus descobriu os erros de suas ações. Elas eram tão parecidas com as ações de Deathwing que independente da intenção, estava claro que o que ele estava fazendo era errado. Ele se revelou à Rhonin, se desculpando por sua interferência na vida de Rhonin e implorando por perdão. Rhonin estava extremamente furioso por causa daquilo. Ele esperava que estivesse trabalhando para a Kirin Tor, ele acreditava que havia recebido o perdão pelos erros que cometeu, achava que a Kirin Tor confiava nele novamente, mas no lugar disso ele estava sendo controlado por um bando de dragões que aparentemente decidiram que humanos davam excelentes fantoches.
Ainda assim ele concordou em ajudar Krasus, concordou em ajudar libertar a Dragoa Rainha, porque no final era a coisa certa a se fazer, Deathwing não poderia continuar com seu plano, qualquer que fosse ele. No final, o disfarce de Deathwing foi descoberto, Alexstrasza foi libertada. Quanto à Demon Soul, Rhonin a estraçalhou com uma escama de Deathwing, que conseguiu escapar por pouco.
Quanto a Rhonin, quando a batalha acabou e Alexstrasza foi libertada, lhe restou voltar até a Kirin Tor e explicar o que exatamente aconteceu em Grim Batol. Apesar de essa ser uma situação desconfortável, ele tinha Vereesa a seu lado. A elfa acabou decidindo que talvez aquele irritante mago precisasse ser escoltado mais um pouco. E ele também sabia que ela, de alguma forma, havia contribuído com uma pequena parte na sobrevivência de Azeroth. E isso já era o suficiente pra ele.
No final Rhonin e Vereesa se apaixonaram, casaram e continuaram sua vida em um canto calmo de Lordaeron, um final feliz… se não fosse a Terceira Guerra e a quase destruição de Dalaran, a morte da Aliança de Lordaeron, o nascimento do Lich King e a ruína dos reinos do norte. A terra natal de Vereesa, Quel’Thalas, estava destruída. O resto da família de Rhonin havia morrido em Andorhal e os dois perceberam que a única coisa que os impediam de ficarem sozinhos no mundo, era ficarem juntos.
Para piorar, Krasus ainda precisaria de Rhonin. Nozdormu, o Aspecto do Tempo, estava com problemas e pediu a ajuda de Krasus. Não querendo ir sozinho, Krasus resolveu levar Rhonin com ele de volta ao tempo até a Guerra dos Anciões. A linha do tempo no final acabou sendo salva e Rhonin voltou devidamente pra sua era, bem a tempo de ver sua esposa dar à luz a gemêos. Agora sim, um final feliz.

A Liderança

Ainda não. A quase destruição de Dalaran deixou os magos de Kirin Tor desolados e eles precisavam de um novo líder, alguém que pensasse de modo diferente. Alguém capaz de dar um passo à frente e tomar a liderança, de dar ordens onde precisava alguém com as melhores intenções para com Azeroth. E foi aí que eles foram até Rhonin e pediram para que ele fosse esse líder.
Rhonin aceitou o trabalho, mas não porque queria. Se pudesse, ele teria continuado quieto com sua esposa e filhos, tentando viver algum tipo de vida normal. Ele aceitou porque tinha que aceitar. Com o passar de sua vida e com a intromissão dos dragões, Rhonin adquiriu um grande senso de responsabilidade e ele achou ao menos necessário tentar ajudar Azeroth. Se nada mais acontecesse, ele poderia garantir a segurança sua, de sua esposa e de suas crianças… e esperançosamente do resto da população de Azeroth também.
E foi isso que Rhonin se tornou, conforme podemos ver no trailer de Ulduar, um mago poderoso em uma super posição de autoridade, desesperadamente tentando salvar o mundo do que parece ser uma situação desastrosa. Um homem fácil de irritar e desejando mais do que tudo colocar um pouco de senso nas cabeças teimosas de Varian e Garrosh. Um homem que não hesitará em chamar ambos os lados a fim de enfrentar um perigo muito maior que ameaça a todos.
Um homem cansado, um líder cercado que teve sua liderança confiada a ele e que não teve escolha se não aceitá-la, de acordo com suas morais e crenças. Rhonin está longe de ser um herói, longe de ser um deus, como algumas pessoas gostam de lhe considerar. Ele é apenas um líder… o melhor líder de Azeroth.